No passado dia 7 de Agosto de 2024, foi realizada a segunda fogueira feminista e roda de conversas entre mulheres, no âmbito do projecto “Consolidando rotas de saída para a violência de género em Maputo”, financiado pela Agencia Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento (ACCD).
Os medos expressados eram diferentes, mas tinham algo em comum, que era a violência baseada no género.
Desta vez, a Associação Hixikanwe foi a anfitriã da roda de conversas à volta da fogueira, que busca unir mulheres numa reflexão e consciencialização sobre a violência baseada no género, criando elos de solidariedade e de companheirismo.
A fogueira começou ao final da tarde, como de costume, com as participantes a fazerem uma oração inicial. Depois, cada uma das mulheres deveria apresentar-se e dizer qual era o seu maior medo, e assim foi. Os medos expressados eram diferentes, mas tinham algo em comum, que era a violência baseada no género, exercida contra elas, pela sua condição de mulher, e que tenta eliminar a essência e o brilho de cada uma.
As notas introdutórias foram feitas pela Isabel Sofia, assistente de projectos da Associação Hixikankwe, que agradeceu a presença de todas as mulheres participantes. Esta fogueira tinha como foco de discussão, a iluminação de caminhos que possam fortalecer a esperança e solidariedade na luta contra a violência de género na sociedade.
As mulheres ali presentes contaram as suas histórias na primeira pessoa, sobre os diferentes tipos de violência que já passaram, como forma de encorajar de que nenhuma delas está sozinha. O momento de partilha esteve inundado de emoções e silêncios, em que algumas participantes, ao relembrarem a violência sofrida, os seus olhos enchiam-se de lágrimas. No entanto, a sororidade e o carinho entre as mulheres tornavam o ambiente mais acolhedor.
A fogueira contou com presença de 30 mulheres.
Ainda no desenrolar da partilha de histórias, uma participante homossexual, falou de forma aberta que sofria violência por parte do seu irmão, que abusava dela, por não aceitar a sua condição sexual, a mesma afirmou que passou por quase todo os tipos de violência, que culminaram em depressão, ansiedade e tentativa de suicídio.
Depois de um momento cheio de emoções, as participantes deveriam dizer uma palavra de esperança e fazer votos como forma de compromisso na luta contra a violência baseada no género. A fogueira contou com presença de 30 mulheres e terminou com cantos, danças, risadas, abraços, demostrando muito carinho e respeito umas pelas outras.
Actividade realizada no âmbito do projecto “Consolidando rotas de saída para a violência de género em Maputo” (2024-2025), implementado pela medicusmundi, Fórum Mulher e Associação Hixikanwe, e financiado pela Agência Catalã de Cooperação para o Desenvolvimento (ACCD).