Aliança para a Saúde organiza formação com o PHM em Moçambique

Organizações-membro da Aliança para a Saúde participaram, entre os dias 23 e 27 de Maio, numa formação ministrada pelo People’s Health Movement (PHM) 

Organizações-membro da Aliança para a Saúde participaram, entre os dias 23 e 27 de Maio, numa formação ministrada pelo People’s Health Movement (PHM) sobre Determinantes Sociais da Saúde, Advocacia e Activismo em Saúde, no âmbito das actividades da Escola de Activismo em Saúde (EAS).

A formação surge da necessidade e importância da realização de intercâmbios de experiências com iniciativas internacionais de trabalho em rede. As temáticas abordadas ao longo destes cinco dias foram: os determinantes sociais da Saúde; a mobilização comunitária e a colaboração intersectorial; a análise do Sistema Nacional de Saúde; advocacia e activismo; a construção de movimentos; e, a planificação de campanhas e acções de advocacia e defesa do direito universal à saúde.

Os participantes nesta formação, dirigida por Tinashe Njanji e Peninah Khisa, membros do PHM na África do Sul e Quénia, respectivamente, puderam aprender através de manuais didácticos e vídeos explicativos sobre as temáticas em estudo, bem como realizar actividades práticas de identificação de lacunas e procura de soluções sobre o Direito à Saúde.

Durante a formação, foi possível identificar alguns problemas de saúde existentes em Moçambique e, igualmente, procurar desenvolver possíveis soluções. Um dos problemas apresentados está relacionado com a expectativa de vida da população em Moçambique que, de acordo com Melanie Alperstein, outra participante do PHM da África do Sul, “está muito abaixo do que é desejável”.

Melanie, que interviu via online, mencionou ainda que “é importante o engajamento de todos para a melhoria dos serviços de saúde primários”, já que uma comunidade saudável depende do acesso aos cuidados básicos de saúde. “Se tivermos bons determinantes sociais de saúde, isso vai melhorar o nível de expectativa de vida em Moçambique”, afirmou esta activista.

A formação contou também com a participação do Dr. Eusébio Chaquisse, Chefe do Departamento Central para a Área de Cuidados de Saúde Primários em Moçambique, no Ministério de Saúde, que fez a apresentação de uma pesquisa sobre o Sistema Nacional de Saúde e os Cuidados de Saúde Primários.

Para o Dr. Eusébio Chaquisse, “os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais que devem estar mais próximos das pessoas”. Chaquisse apelou ainda aos activistas da saúde para serem mais veementes, de modo a influenciar os governantes na tomada de decisões.

Numa das sessões do workshop, Peninah Khisa afirmou que, tanto no Quénia como em Moçambique, os governos têm gerado documentos normativos e boas políticas. No entanto, o problema surge na hora da implementação, daí a importância de a sociedade civil fazer pressão para o cumprimento das políticas públicas, advogando para o bem de toda a sociedade.

Finalizada a formação, de um modo geral, os participantes manifestaram sentir-se capacitados para desenvolver campanhas de activismo mais eficazes e, deste modo, mobilizar mais pessoas em prol do direito à saúde no país.

Importa referir que no fim da formação ficou definido que a Aliança para a Saúde será o ponto focal do Peopleʾs Health Moviment em Moçambique

Esta actividade foi realizada com o apoio financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) nos termos do Convénio 18-CO1-1096 «Melhorar a saúde da população, com incidência nos seus Determinantes Sociais e especial enfoque na nutrição, através do fortalecimento dos Cuidados de Saúde Primários como a melhor estratégia para garantir o Direito à Saúde e a colaboração da sociedade civil, das instituições de pesquisa e do SNS». O conteúdo desta notícia é da exclusiva responsabilidade da medicusmundi e não reflecte necessariamente a opinião da AECID.